O Brasil tem experimentado eventos climáticos extremos ao longo dos anos. A menor temperatura já registrada no Brasil foi de -14°C, em Caçador, Santa Catarina, no dia 11 de junho de 1952.
Desde então, o país já passou por outros marcos de frio intenso, como os -10°C em São Joaquim, em 1991, e os -7,2°C registrados em Urupema, em 2024. No entanto, além dos eventos de frio, o Brasil também está batendo recordes de calor.
A maior temperatura já registrada foi em Araçuaí, Minas Gerais, em novembro de 2023, com 44,8°C, superando o recorde anterior de 44,7°C de Bom Jesus, Piauí, em 2005. Esses números reforçam a crescente instabilidade climática que o país tem enfrentado.
Por que o Brasil está mais quente?
Diversos fatores contribuem para o aumento das temperaturas no Brasil. Um dos principais é o fenômeno El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico e influencia o clima global, elevando as temperaturas em várias regiões, inclusive no Brasil.
Além disso, massas de ar quente, que se concentram principalmente no interior do país, também colaboram para a ocorrência de ondas de calor. Essas ondas são caracterizadas por temperaturas que ficam pelo menos 5ºC acima da média por cinco dias ou mais.
Outro fator relevante é o aquecimento global, impulsionado por atividades humanas como desmatamento, queimadas e emissões de poluentes. Essas práticas diminuem a cobertura vegetal e, consequentemente, a formação de chuvas, o que agrava o cenário de calor intenso.
Em 2023, por exemplo, o Brasil registrou a média de temperatura mais alta de sua história, com 24,92°C, um aumento de 0,69°C em relação à média do período de 1991 a 2020.
O risco de desertificação no Brasil
O aumento das temperaturas e a diminuição das chuvas também estão provocando um processo preocupante: a desertificação de algumas regiões do Brasil. O sudeste e parte do sul do país estão entre as áreas mais afetadas.
A destruição da Floresta Amazônica tem reduzido o transporte de umidade para essas regiões, comprometendo o ciclo de chuvas. Cientistas já alertam que esse processo está se acelerando, colocando em risco tanto a produção agrícola quanto o abastecimento de água para milhões de pessoas.
Estudos mostram que a Amazônia e a Mata Atlântica foram cruciais para a manutenção de um clima mais ameno no Brasil. No entanto, o desmatamento e a queima dessas florestas estão diminuindo a capacidade de essas áreas alimentarem o ciclo das chuvas.
Se essa tendência continuar, áreas férteis do Brasil poderão se transformar em desertos nas próximas décadas, afetando drasticamente a biodiversidade, a agricultura e a qualidade de vida da população.